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QUANDO DEVO PROCURAR UM PSICÓLOGO? - PARA MEU FILHO ADOLESCENTE

  • Psicóloga Letícia de Resende Abagge CRP 08/22.370
  • 19 de mai. de 2017
  • 4 min de leitura

Atualizado: 17 de set. de 2024



Saber quando procurar ajuda psicológica para si mesmo já é uma tarefa difícil para muitos adultos. Esta missão se torna ainda mais desafiadora quando o alvo da preocupação é um filho adolescente.


A adolescência é um período que pode gerar alguns conflitos na família, pois é uma fase que exige adaptação e mudanças em todo seu funcionamento. Nesta fase, aquela família que funcionava bem com os filhos pequenos, conseguia impor regras, conseguia acessar os filhos e bem conviver com eles, pode começar a enfrentar muitas dificuldades.


Aquele filho, conhecido por ser muito tranquilo, de repente começa a desafiar os pais e a infringir regras. Ou quem sabe aquela filha, o “grude” da família, agora simplesmente não quer mais a companhia de seus pais, nem mesmo nas viagens! O filho, que sempre contou tudo que acontecia para o pai, de repente está guardando segredos, sempre trancado no quarto. Já a filha, sempre muito responsável, anda esquecida e vem tirando notas mais baixas nas avaliações da escola. Muitos pais, antes alvo de admiração, passam a ser criticados e até ridicularizados...


Aflitos, estes pais ou responsáveis começam a se questionar:

  1. Por que meu filho não se abre comigo?

  2. Por que raios ela não me obedece?

  3. Por que não fica mais com a família?

  4. Esse comportamento é normal para a idade dele?

  5. Como a oriento de maneira que ela me escute?

  6. Será que ele está escondendo alguma coisa de mim?

  7. Minha filha não deveria ter mais amigos?

  8. Meu filho só quer sair com os amigos!

  9. Por que não consigo tirá-la do computador/celular?

  10. Será que isso realmente faz parte da geração dele?

  11. Como posso protegê-la?

  12. Como colocar e fazer cumprir as minhas regras?

  13. É muito difícil argumentar com meu filho!

  14. Será que vai ser assim daqui para frente?

  15. Será que isso é só uma fase?


Nesse momento, muitos pais começam a considerar a busca por ajuda profissional. Por um lado, sentem-se frustrados e fracassados; e de outro, os filhos se sentem confusos e incompreendidos. É uma crise familiar.


Tudo é mais simples quando o próprio adolescente tem interesse em consultar um psicólogo, pois ele mesmo percebe algumas de suas dificuldades, ou tem algum amigo que já teve essa experiência e que de alguma maneira o influenciou a buscar este profissional.


Muitas vezes, porém, essa procura e interesse não partem do próprio adolescente e os pais precisam sugerir o tratamento ao filho - tarefa que, dependendo do nível de conflitos em casa, pode ser bastante desafiadora.


Sugerir uma terapia a alguém é sempre delicado, pois se corre o risco de prejudicar ainda mais a relação, quando a intenção de quem está propondo a ajuda não é adequada ou não é transmitida de maneira eficaz.


Se o pai, ao propor atendimento psicológico a seu filho, transmite sua mensagem de modo a passar a ideia de que esse adolescente é o único “errado” ou “problemático” da história, deixando de considerar que todos estão tendo dificuldades para se relacionar naquele novo momento da família, é bastante provável que o jovem se sinta desconfortável com a ideia proposta.


É preciso que os pais consigam explicar para o filho o que os preocupa, e que estejam dispostos a assumir e a trabalhar em seus próprios erros também. A psicoterapia com crianças e adolescentes dificilmente deixará de envolver seus familiares.


Será necessário que saibam explicar que o psicólogo será neutro em seu trabalho, não tendo como objetivo adequar esse adolescente às expectativas da família, mas ressalvando que nem sempre concordará com o jovem. É interessante sugerir a ele que ajude na escolha do profissional, avaliando junto aos pais as opções encontradas. Talvez sua filha se sinta mais confortável com um terapeuta de um determinado gênero, ou numa certa faixa etária, e ela pode fazer parte dessa escolha. Além disso, deve-se garantir que ela tenha a oportunidade de sanar suas dúvidas a respeito dos objetivos e funcionamento da psicoterapia.


Pais e filhos devem saber que a terapia será um momento seguro para que o jovem possa compartilhar coisas com as quais talvez não se sinta confortável para discutir com os amigos ou familiares. Será um espaço dedicado ao jovem, com respeito e a proteção do sigilo profissional.


A proposta pode ser feita como uma experiência, algo que o adolescente poderá escolher iniciar sem necessariamente ter 100% de certeza de que é algo que ele deseja fazer, tendo a liberdade de escolher interromper, se assim quiser.


Se mesmo assim ele continuar resistente, não é aconselhável tentar forçá-lo. Os pais podem até tentar obrigar os filhos a frequentar uma terapia, mas ninguém pode forçar alguém a efetivamente entrar num processo terapêutico.


Por isso, nesses casos, aconselho que os pais iniciem a terapia sem o filho. Provavelmente conseguirão muitos avanços apenas mudando algumas de suas próprias atitudes. É muito mais fácil quando a família toda está envolvida, mas se os adultos mostrarem-se efetivamente dispostos, é bastante provável que o adolescente se sinta mais motivado a participar também.


Ter um adolescente na família pode ser algo maravilhoso e enriquecedor. O adolescente traz o novo e impulsiona mudanças positivas na família também. Quando a família se adequa novamente a sua nova estrutura, seus membros conseguem melhor vivenciar e aproveitar esse momento, e os pais passam a enxergar os frutos de seus esforços no cuidado daquela criança, que floresce num adulto, cada vez mais independente.

 
 
 

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© 2017 por Letícia de Resende Abagge. Todos os direitos reservados.

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